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Rumo á Derrota




E aqui estou eu de novo . . .
No fundo . . .

Onde repenso todos os acontecimentos, onde repenso onde poderia estar a não estou, onde repenso tudo o que me rodeia e . . .

As memórias continuam a ser uma perseguição eterna de tudo o que me atormenta directamente ao coração da minha alma, aquele que dizem que é de onde vem o amor . . . todo aquele que não tenho, e que continuo a não ter desde que criei este Blog em 2009 . . .

Tudo parece estar lentamente a cair, e eu nem tendo sabendo que nunca terei forças suficientes para segurar o meu mundo e para o voltar a colocar no sítio . . . quem me dera . . . nem que fosse . . . por um dia . . .

Que por um dia fosse capaz de saborear tudo o que queria saborear, que podesse viver tudo o que sempre quis viver . . . apenas por um dia . . .

Mas ao invés tudo se mantém.

Luto todos os dias, todos mas todos os dias dou a minha alma para fazer tudo bem feito, todos os dias me sacrifico em troca de algo, e recebo estalos frios de todos os demónios que me rodeiam, recebo estalos da própria vida, a quem dei a minha.

Continuo neste bosque sombrio á procura de algo que já nem sei como descrever, algo que simplesmente quero, eu só quero ter algo em troca, não quero nada específico.

Ilusões ? Não, não me chegam, eu quero viver algo verdadeiro, tal como disse, nem que seja por um dia, porque se tal for, eu no dia seguinte poderei dizer que o dia anterior foi real, que não foi um ilusão, que está dentro da MINHA VIDA !

Mas não . . . esse dia parece não chegar, parece que ainda estou a nadar num mar que me puxa para trás, e sei, que mais cedo ou mais tarde, vou perder a força e vou-me afogar . . . perdido neste mar de dor e desilusão . . . e aí quando me encontrarem já gélido e inanimado, não poderei agradecer pela suposta troca que parece apenas existir após a minha passagem.

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Ilusões



Porque todos temos o momento em que somos enganados, todos temos o momento em que somos nós o alvo, é em nós que as mãos ferrugentas e frias da dor nos agarram o pescoço e nos deixam sem ar.
Porque nesses momentos achamos que somos os únicos a sofrer, mesmo sabendo que existe mais sofrimento por aí fora, nada mais nos importa . . .

Nada mais . . .

Tudo o que fizemos quanto a esse assunto parece em vão, tudo o que fora construido continuara como anteriormente, tal como um castelo na areia é sempre destruído pelas ondas das marés, também os nossos sonhos são destruídos quando estes se comprovam ser impossíveis. Aí, já nada mais nos resta senão desejar que tal mar não existisse.

Por vezes tentamos (temáticamente falando) proteger esse mesmo castelo (sonho) com as nossas próprias mãos para que a água não invada todo o trabalho, dedicação e esforço que fora embutido naquela escultura, mas rápido percebemos que a areia do castelo nos escapa por entre os dedos como se sempre desejasse sair . . . como se nunca fosse suposto ser um castelo, mas sim mera areia . . .

Aí ficamos num mar infinito e monótono onde todas as formas são iguais, ficamos presos num mundo estranho e sinistro que nos visita todas as noites assim que deitamos a cabeça na almofada, assim que pouco antes de adormecermos pensamos em tudo o que se passa/passou, aquele doloroso momento que nos dá vontade de adormecer mais depressa . . . mas cedo . . . percebemos que não o conseguimos fazer . . .
É sempre essa a fase do dia mais dolorosa na vida de toda a gente, a parte do conseguir dormir bem, só consegue dormir bem quem no mínimo cria uma ilusão de que tudo está bem, mas também essa um dia será destruída, e interpretemos o "ilusão" como o "criar uma muralha á volta do castelo na esperança de que a água não passe", mesmo sabendo que a água derrubará a muralha também mais cedo ou mais tarde.

É tudo uma ilusão . . . e que têm de mal as ilusões ?

A ilusão é óptima enquanto dura, tal como a mentira . . . quando uma ilusão cai nós aceitamos os factos (visto que sabiamos que estavamos numa ilusão que fora criada por nós próprios), e aí, caindo na realidade ponderamos tudo o que fizemos, e percebemos que a luz dos sonhos não passa dum mero programa de TV onde o visor é a nossa mera imaginação.

A partir daí nada se constroí, nem se vive, apenas se idealiza . . .

Apesar de que posso quase jurar que o senti . . .