0

Por mais incrível que pareça . . .


Por mais incrível que pareça a vida dá voltas e voltas . . . o problema é quando entra num circuito fechado e volta sempre áquele ponto que não gostamos, áquele ponto que nos deixa em baixo no chão agarrados ao objecto mais próximo a derramar lágrimas sofegantes entre palavras desesperadas, o causador obviamente estará a pensar em tudo menos nisso, provavelmente a dançar, com amigos, enfim, qualquer coisa que não envolva pensar no caso, simplesmente porque já passou, já não serve. E nós ? Voltamos ao ponto baixo . . . Sabemos que acabaremos por nos levantar mas . . . custa tanto estar lá em baixo . . . perfiro passar á parte em que digo pelo que passei, e não a parte em que ainda tenho que passar. Tudo uma questão de tempo. Tudo uma questão de esforço, frieza e auto-confiança. Se juntarmos a capacidade autónoma de ignorar tudo o que há de mau corremos o (bom) risco de quebrar esse mesmo circuito e criar uma linha direita sem destino mas com um bom início.

Esse início é a nossa ressureição. É o nosso ponto final e o inicio de um novo texto, o ponto em que morremos e imediatamente resuscitamos num ser mais forte, mais enrriquecido, mais sábio, calculista e cauteloso. A isso se chama a evolução, e é por ter conhecimento destes mesmos factos que não bato assim tanto no fundo quanto poderia, não porque não tenha vontade, mas sim porque existem outras vontades, tais como as de me erguer e saborear os raios solares, de pegar no telemóvel e combinar tardes com aquelas pessoas que estiveram lá antes e depois e ao mesmo tempo ter aqueles flashes passados que quase me fazem derramar uma lágrima de saudade, mas essa, terá que ser ultrapassada. Aproveitar o novo dia e esquecer o anterior. O anterior está "aprendido" já o sabemos de cor, o novo vai trazer coisas novas que ás vezes não conseguimos ver tão nitidamente como deveriamos, pois ainda somos cegos demais nesta vida que nada percebe de oftomologia.
4

Acorda . . . é um novo dia






Acordo de manhã, ainda vejo tudo desfocado, esfrego os olhos mas parecem ainda não querer focar. Desorientado vou á casa de banho, lavo o rosto e observo-o durante 5 segundos aos espelho pensando "Quem és tu?". Tomo banho enquanto penso no sonho dessa mesma noite, lavo os dentes, visto-me, mochila ás coisas, mp4. Abro a porta e . . . já me sinto fora do meu ninho como se tivesse a enfrentar uma multidão de gente, já me sinto a ser observado pelo sol e pelas nuvens, um certo sentimento de desconforto e medo tentam-me dominar, mas a cada passo que dou esses mesmos sentimentos começam a desvandecer, mas ainda não é aí que acordo.

Apanho o metro, e mais outro, rumo á rotina que me presegue dia-a-dia, chego ao meu destino e "shhhh" . . . o tempo parou, café na mão, cigarro na boca . . . descongelou, acordei, vamos enfrentar a batalha matinal fumo a um futuro melhor, mas na verdade o desespero do toque da campainha grita mais alto e "triiim" . . . Lá vou eu outra vez cigarro na boa e barulho á volta. Tal como disse, barulho. Sons e timbres diferentes que nem me dou ao trabalho de identificar. Após mais 8 horas deste mesmo ritmo chego a casa cansado, com as pernas a arder e os olhos pesados, olho para o monitor do computador e tudo permanece igual ao dia anterior. Os mesmos contactos de MSN. As conversas de sempre . . . os mesmos sites . . . os mesmos jogos . . . deito-me . . . sonho com um dia diferente repleto de inovações, acordo e já sei o que vou fazer nesse dia . . . basta voltar ao inicio do texto . . .


A isto se chama solidão. Por: ZecaUchiha, O escritor solitário